A cacica da Aldeia Truká Tupan, Maria Erineide, recebe a mais alta honraria do Estado da Bahia
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, publicou na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 28 de junho, a lista com os homenageados com a Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia. Entre 18 pessoas que receberam a honraria, estava Maria Erineide.
Mais conhecida como Cacica Neide, da aldeia de Truká Tupan, comunidade indígena situada na cidade de Paulo Afonso - BA, ela é uma liderança que tem na espiritualidade a força para manter a luta do seu território ativa. A Cacica não pôde comparecer à solenidade ocorrida no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Salvador, mas recebeu sua medalha na aldeia.

A celebração do Bicentenário de Independência da Bahia foi marcado pela Cerimônia de Outorga, na noite do dia 01 de julho, com homenagens a personalidades que contribuem para a construção da cidadania do povo baiano. No seu discurso, o governador destacou o significado histórico e a simbologia de cada pessoa que subia ao palco para receber a honraria, que representa a luta do povo baiano pela liberdade e pela conquista de direitos.
“O nosso desejo era que tivéssemos medalhas para todos aqueles que construíram a história da Independência e da democracia na Bahia. Esta medalha tem um significado histórico para que nunca esqueçamos aqueles e aquelas que construíram a autonomia de um país tão diverso. Temos na nossa história uma marca muito prejudicial. Apagaram a história da vida das pessoas que vieram da África. Tentam apagar a história dos povos originários. Apagam, a cada momento, a marca das pessoas que têm uma fé que não é a mesma fé escrita nos livros dos colonizadores. O que fazemos, neste ano de 2023, é um conjunto de atividades para que nunca esqueçamos os que construíram a Independência, a autonomia e a soberania do Brasil”, disse Jerônimo Rodrigues.
A Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia foi criada em 2010, pelo então governador Jaques Wagner, e é a mais alta honraria do Estado da Bahia. Foi instituída para representar a luta dos heróis anônimos – negros, índios, o povo em geral – para libertar a cidade de Salvador da ocupação militar portuguesa, e consolidar a independência do Brasil. A honraria é conferida, em diversos graus, à personalidades e instituições da sociedade civil que tenham contribuído para a garantia das liberdades públicas e a afirmação da soberania nacional.

Para o grau de comendador foram agraciados a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o senador Otto Alencar e os ex-governadores Cesar Borges, Paulo Souto e João Durval, a presidente de honra da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria Oliveira, o compositor Mateus Aleluia, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis da Bahia (MNCR) e Academia de Letras da Bahia.
Já para o grau de cavaleiro foram nomeados a cacica do povo Tuká-Tupan Maria Erineide Rodrigues, a enfermeira Maria Angélica – primeira pessoa vacina contra Covid-19 na Bahia - , a advogada e secretária-geral da OAB-BA Esmeralda Maria de Oliveira, a cientista Jaqueline Goes de Jesus, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Sérigio da Rocha, além da Associação Beneficente Bembé do Mercado, Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Liga Bahiana Contra o Câncer - Hospital Aristides Maltez e a Convenção Batista Baiana (CBBA).
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