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O apagamento sistemático da luta antirracista na ditadura militar

  • Foto do escritor: IDEAS AP
    IDEAS AP
  • 31 de mar.
  • 2 min de leitura
Foto: Acervo Jesus Carlos
Foto: Acervo Jesus Carlos

Há 61 anos, o Brasil vivia um golpe que instaurou a ditadura militar. Ao contrário do que a história hegemônica conta, a repressão não atingiu apenas militantes brancos. Negros e indígenas foram perseguidos, torturados, silenciados e vítimas de violência estatal – e, acima de tudo, resistiram. Os resquícios desse período ainda marcam a realidade dessas populações, que seguem lutando contra a violência do Estado.


Ao longo da história sobre a repressão durante o período do regime militar no Brasil, que aconteceu de 1964 a 1985, pouco se conta sobre o debate racial ou se evidencia a luta da militância negra pelo fim do racismo. Nesta época, o regime adotava o discurso da "democracia racial" no país, e a luta do movimento negro começou a ser um risco em meados da década de 1970.


Segundo o Arquivo Nacional, o movimento era um problema por repudiar o regime, contestar a propaganda de um país sem racismo e defender a redemocratização. Os documentos também demonstram maior preocupação com os movimentos na Bahia. Nessa mesma época que, em 1978, foi fundado o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU), uma das organizações pioneiras na luta contra o racismo. O ato público de lançamento reuniu 5 mil pessoas em frente ao Teatro Municipal de São Paulo.



Foto: Acervo Jesus Carlos
Foto: Acervo Jesus Carlos

A tomada das terras indígenas para ampliação da fronteira agrícola e para exploração mineral e de energia foi um dos eixos do Plano de Integração Nacional dos Militares. O relatório final da Comissão Nacional da Verdade revela que 8,3 mil indígenas também foram vítimas de massacres, remoções forçadas e torturas. Essa realidade mostra como as violações de direitos humanos durante o regime militar foram brutais e complexas.


Esquadrões da morte, muitas vezes ligados à polícia, realizaram execuções em subúrbios e periferias, justificando suas ações como combate ao crime. Para a população negra e indígena, a ditadura militar nunca acabou. Afinal, as execuções com a justificativa de combate ao crime e crescimento econômico continuam contribuindo para o genocídio dessas populações.


Em Salvador, o Grupo Tortura Nunca Mais, junto com outros movimentos sociais, realiza há 6 anos a Marcha do Silêncio, um ato que reafirma o compromisso com a memória, a verdade e a justiça, garantindo que as graves violações de direitos humanos cometidas pela ditadura militar no Brasil não sejam esquecidas e nem se repitam. Neste ano de 2025, o ato acontece nesta terça-feira dia 1º de abril, às 17h, saindo da Praça da Piedade em direção ao Campo da Pólvora.


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